Sunday, February 27, 2011

A paz que me engana

Já vislumbrei a paz diversas vezes,
já arrumei a mala e parti por meses
com sentido fixo, em sua direção.

Perdi o prumo e o passo, perdi-me todo.
A paz que vi não era mais que engodo
que só fez destruir meu coração.

Reencontrei a tal paz tempos depois
e um novo dilema sobre mim se pôs:
se valia a pena tentar segui-la novamente.

Mas só uma coisa agora me vinha à mente:
eu não queria me ver de novo enganado.
Nessa vida, já não preciso de outro fardo.

Então o tempo passou e veja o que ocorre...
Certas coisas parecem que nunca morre,
como essa insistência da paz em me flertar.

Agora penso no que vale a pena, no preço da paz,
penso no que preciso fazer pela virtude que ela traz,
mas mais uma vez ela parece me enganar.

Então eu me retiro, prefiro ficar aqui distante,
prefiro tentar fugir desse conflito delirante,
e pretendo anunciar minha completa indiferença.

Porém ela persiste e nunca pára, pois não pensa,
a mim caberá resistir à sua recompensa,
e eliminar o seu poder embriagante.