tag:blogger.com,1999:blog-135217562024-03-06T20:01:56.737-08:00Meu deleite servilTodos os românticos encontram o mesmo destino, cínico, amargo e chato em algum café escuro. Eu soprarei esta droga de vela, e não quero ninguém mais à minha mesa; eu não tenho nada pra conversar com ninguém. Todos os sonhadores bons tornam-se assim um dia, escondendo-se atrás de garrafas em cafés escuros...Unknownnoreply@blogger.comBlogger44125tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-60245048732430321682019-09-11T00:48:00.000-07:002019-09-11T00:48:07.695-07:00Uma temporada no infernoQuais são as cores que você enxerga aqui dentro?<br />Quais são as dores que carrega no seu pensamento?<br />Se você quer viver assim<br />Faça o que quiser<br />Se você quer viver assim<br /><br />Ontem, das coisas que eu disse, hoje eu me lembro<br />Amanhã delas só restará o arrependimento<br />Se você quer falar assim<br />Aceito o que disser<br />Se você quer falar assim<br /><br />Uma temporada no inferno é suficiente<br />O frio que afeta a alma encobre o calor que é latente <br />Se você quer me deixar<br />Faça o que quiser<br />Se você quer deixar assim<br /><br />Caiu a noite e só me resta ficar emotivo<br />A morte é um corte que afeta o pensamento vivo<br />Se você quer partir agora<br />a hora é essa<br />Se você quer partir assimUnknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-60873455758496325282019-02-23T03:51:00.002-08:002019-02-23T03:52:05.481-08:00Um recado em sonetoA queda te machucou<br />
o tempo que esvaiu<br />
aquela que já partiu<br />
aquele que te deixou<br />
<br />
Memórias daquele show<br />
um dia em que você riu<br />
o dia que você viu<br />
o tanto que me tocou<br />
<br />
Não deixe de se lembrar<br />
que estamos do mesmo lado<br />
entre o céu e o mar<br />
<br />
e se eu parecer cansado<br />
ainda vou te escutar<br />
mesmo se estiver calado<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-33785187373585769252018-02-12T18:23:00.000-08:002018-11-28T18:23:32.624-08:00O choro e o carnavalÉ carnaval no meu país,<br />
com máscaras se cobre o rosto,<br />
trazendo em si um pressuposto,<br />
como quem diz "eu sou feliz".<br />
<br />
Com máscaras se cobrem as dores,<br />
as ruas se enchem de gente,<br />
E os corpos, cheios de cores,<br />
cansados, ficam dormentes.<br />
<br />
Amanhã vai-se o carnaval<br />
mas as dores ficam conosco<br />
e as máscaras não servem mais.<br />
<br />
E então tudo volta ao normal,<br />
e o mundo, embaçado e fosco,<br />
chora até outros carnavais...<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-83808269646068428912017-09-17T06:10:00.003-07:002017-09-17T06:14:15.227-07:00Um dia<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Me desculpa</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">se falei demais</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Se falhei ao ser</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">pra você o que queria mais</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Me desconte</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">um valor</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">que eu mereça pagar</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">minha conta</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">é pura dor</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">não dá mais pra aguentar</span></span><br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Me desculpa</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Me desconta</span></span><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Se você</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">dissesse que talvez</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">em outra ocasião</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">e eu lhe perguntasse o porquê</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Em silêncio</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">tudo que tentei dar pra você</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">desmoronaria</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">sem chance de reverter</span></span>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"> </span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Não importa mais</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">já que tanto faz</span></span><br />
<br />
<br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Um dia, na beira da praia</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">eu construí um castelo de areia e água</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">e depois desmoronei tudo</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">desmoronei tudo</span></span>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></span>
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;"> </span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">Um dia, no meio da rua</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">eu desenhei um planeta acompanhado de uma lua</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">e depois apaguei tudo</span></span><br />
<span style="font-size: small;"><span style="font-family: inherit;">eu apaguei tudo</span></span><br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-1141822204957098752016-12-31T04:44:00.000-08:002018-12-30T13:23:07.478-08:00Elegia de Ano NovoNessa noite sorrateira,<br />
descanso de algum deus,<br />
nada brilharia mais<br />
que olhos iguais aos seus.<br />
<br />
E a brisa seria tua plateia<br />
Teu falar contido, uma graça franca<br />
Mas na expressão de tua face oculta<br />
reina uma singela luz branca.<br />
<br />
E no crepúsculo de uma era<br />
um ano novo nasce, na janela,<br />
e à notável menina interpela:<br />
<br />
Você é um presente para o mundo.<br />
Paz à Terra em transe profundo.<br />
Nosso fecundo desejo - uma quimera.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-72839898336041655862016-09-30T06:09:00.000-07:002017-09-17T06:09:41.761-07:00A esmo<i>Para Vivian</i><br />
<br />
<br />
Nada do que eu diga agora faz sentido,<br />
e tanto faz já o tudo que disseram.<br />
As frustrantes sensações que se impuseram<br />
são por nada mais poder ser revertido.<br />
<br />
Dito isso, só queria dizer agora<br />
que sei que não existe nunca boa hora<br />
para se dizer adeus ou pra silenciar<br />
no momento em que é preciso ir embora.<br />
<br />
Mas por saber da forma como aconteceu<br />
e por imaginar o sofrimento do instante,<br />
não posso deixar de me impactar<br />
com o gesto daquele inútil meliante.<br />
<br />
Fui pego de surpresa após 30 dias,<br />
depois de insistentes notificações<br />
que construíam mil e uma teorias<br />
profetizando suas novas aparições.<br />
<br />
Fiquei pensando nesses anos de silêncio<br />
e nos tantos silêncios que acumulamos,<br />
nos amigos que se foram nesse tempo<br />
e nos que de vez em quando ajudamos.<br />
<br />
A Maria vai bem, animada, e a Leci<br />
- dessa não dá pra dizer o mesmo.<br />
A sua filha Tâmisa, enfim, eu conheci<br />
pela nota jogada na internet a esmo,<br />
o Zé Reinaldo há tempos não vem a Natal,<br />
sobre Márcia ninguém mais falou,<br />
tá tudo em branco, tudo assim, sem sal,<br />
como aquelas fotos que você mandou.<br />
<br />
Ficam aquelas boas lembranças de amigo,<br />
apesar de toda a sensação ruim.<br />
Nada do que eu diga agora faz sentido,<br />
não existe boa hora para o fim.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-15076263819834745942014-03-27T07:48:00.001-07:002014-03-27T09:30:37.576-07:00O meu recadoEu trafego de trem,<br />
de carro,<br />
de moto...<br />
Eu noto as pessoas<br />
que vão e vêm.<br />
<br />
Eu sei que tem<br />
algo de estranho<br />
nos tantos passos<br />
que tais pessoas<br />
às vezes seguem<br />
para seu bem.<br />
<br />
Talvez se faço<br />
algo de novo,<br />
talvez se escrevo<br />
um novo traço<br />
e se ofereço<br />
para esse povo,<br />
entenderão<br />
o meu recado?<br />
Por outro lado,<br />
já não me resta<br />
drama ou grana,<br />
descanso ou festa,<br />
abraço, olhares,<br />
paisagens, mares,<br />
tantos lugares,<br />
nada mais presta.<br />
<br />
Então desfaço<br />
o que pensei<br />
porque agora<br />
o que falei<br />
já não diz nada<br />
já não me serve<br />
nem como fuga, <br />
nem como lei.<br />
<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-79742994476780221952012-11-19T17:06:00.001-08:002012-11-19T17:27:21.001-08:00Passado, presente e futuroVi hoje uma foto:<br />
era eu em minha moto.<br />
Mas essa foto era diferente.<br />
Havia uma mudança aparente<br />
no meu ar, no meu estado<br />
e no local em que fui retratado.<br />
Havia umas árvores perto, uma casa amarela,<br />
e uma graça no clima que essa foto congela.<br />
A partir dela, busquei mais,<br />
sendo poucas delas convencionais.<br />
Retratavam gestos, olhares, cores,<br />
crianças, artistas, atores,<br />
alegria, euforia, tristeza,<br />
energia, momentos, beleza.<br />
O passado dessas fotos não me pertencia,<br />
mas o significado eu entendia.<br />
<br />
***<br />
<br />
Desculpa<br />
a ira,<br />
a arma,<br />
a mira,<br />
se miro<br />
em você.<br />
Desculpa<br />
o fato,<br />
o formato,<br />
o relato,<br />
que faço<br />
sem querer.<br />
Perdoe<br />
meu jeito,<br />
trejeitos,<br />
meu baixo<br />
conceito,<br />
meu modo,<br />
indiscreto, <br />
se incomodo,<br />
se afeto.<br />
Desculpe também<br />
o fato de você<br />
precisar repetir<br />
com frequência <br />
(incansável)<br />
a necessidade<br />
de sensibilidade,<br />
que com muita demência <br />
sempre esqueço <br />
(inaceitável).<br />
<br />
Desses sintomas,<br />
quero me livrar.<br />
Lamento<br />
por tanto<br />
faltar.<br />
Portanto<br />
amar<br />
será meu idioma<br />
<br />
pra te acalmar.<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-78716388423968310992012-08-16T17:12:00.000-07:002012-11-19T17:14:45.403-08:00Aquela voz metálicaNa verdade, o amor<br />
não prenuncia nenhuma dor.<br />
Quando estou junto dela,<br />
tiro das coisas a cor,<br />
guardo junto comigo,<br />
e o tempo congela.<br />
Quando estamos a sós,<br />
fico atento à sua voz,<br />
que, metálica e doce,<br />
é uma canção entre nós.<br />
E tudo que juntos rimos,<br />
dividimos com os mimos,<br />
e as tristezas eliminamos<br />
com uma eficácia atroz.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-26154659090898441932012-01-08T07:20:00.000-08:002012-01-08T07:47:33.880-08:00Soneto do viajanteA estrada que leva ao pico<br />leva a outros lugares mais.<br />Leva a sonhos e desejos,<br />tantas visões especiais.<br /><br />Na estrada em que viajo<br />e vejo céu, asfalto, pastos,<br />a cada segundo me encorajo<br />e os ventos, comigo, arrasto.<br /><br />Na estrada em que te busco, pois,<br />não sei se existe mais alguém<br />naquele verde e mais além.<br /><br />E na minha moto temerosa<br />persisto nessa viagem deliciosa<br />só com a meta de juntar nós dois.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-34198234804167379192011-12-05T05:53:00.000-08:002011-12-05T06:01:51.522-08:00Por muito mais que aqueles dez segundosDo teu sono, só me lembro o lapso<br />no colapso da noite confusa.<br />De você, só me lembro musa<br />no contexto dessas ilusões que traço.<br /><br />Dos teus cílios, só me lembro como,<br />sincronizados, se entrelaçavam,<br />e como teus lábios, ainda que cerrados,<br />discretamente se movimentavam.<br /><br />Do ambiente, lembro-me do vento<br />noturno, frio e maltratando a gente,<br />porque para o mar virei as costas,<br />somente pra você ficando atento.<br /><br />Mas o meu intento é mais profundo<br />do que somente esses passeios por aí.<br />Por muitas vezes ainda te quero ver dormir<br />e por muito mais que aqueles dez segundos.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-82753584826459080812011-09-09T12:09:00.000-07:002011-09-27T06:25:57.841-07:00Uma maldade no tempoHá uma saudade que bate,<br />uma sensação escarlate,<br />que eterniza momentos.<br /><br />Há uma maldade no tempo,<br />nas coisas que ele destrói;<br />como um enfraquecimento<br />daquilo que se constrói<br />e não se sustenta mais.<br /><br />Há sentimentos demais<br />numa conjunção que me faz<br />ficar ainda mais sensível.<br />É uma mancha não-removível<br />na tela em que te procuro,<br />sagaz, imperceptível,<br />uma doença que me aflige<br />e que dela não me curo.<br /><br />Há sobretudo o terror,<br />apresentado pela dor<br />da tua ausência sentida,<br />mas muito dessa ferida<br />já não mais cicatriza.<br /><br />E enquanto nada me tranquiliza<br />vou seguindo em frente,<br />sentindo brisa e calor<br />em diferentes medidas.<br />E dentro de minha mente<br />permanece o clamor<br />de uma única questão<br />que continuará pendente:<br />qual será a saída?Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-27513240015562733372011-08-24T15:31:00.000-07:002019-02-24T15:33:47.860-08:00O emoldurador<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">Enquanto estávamos sempre assim, sem que ninguém soubesse,</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">sob a aura colorida de uma luz que te obedece,</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">era tão bom te ver, mesmo que pouco tempo eu tivesse,</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">mas agora é tudo passado, só a lembrança ainda floresce.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.84px;" />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">Como num campo bem cultivado, num conto bem escrito,</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">num rio muito mergulhado e vivo.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">Em ambientes tão vividos, nesse mundo em que habito...</span><br />
<br style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.84px;" />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">É tudo tão bonito mas tão duro, mesmo quando posso te ver,</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">pois pelos teus olhos escuros, hoje é como se visse um muro.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">Não deixar os pés distantes do chão é quase um dever,</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">mas, tão vago e violável, desobedeço-o,</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">e, no ponto mais alto,</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">te emolduro.</span><br />
<br style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; font-size: 15.84px;" />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">E eternizo teu sorriso, tua cor, teus traços, teu valor!</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">E finalizo meus anseios, pois de mais que isso não sou merecedor...</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">Fico somente a admirar-te, como diante de um altar suntuoso.</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">E agora, por destino, este meu coração conflituoso</span><br />
<span style="background-color: white; color: #0707b2; font-family: "arial" , "tahoma" , "helvetica" , "freesans" , sans-serif; font-size: 15.84px;">para sempre abrigará uma dor.</span>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-57276349417649256662011-05-22T08:03:00.000-07:002011-05-23T06:32:01.526-07:00A tua purezaA tua pureza clara<br />cativa, cultiva e sara<br />o estranhamento do instante.<br />É frágil como uma erva,<br />e de uma beleza cortante,<br />o que tua face conserva.<br />A tua pureza rosa<br />diferencia-se na selva<br />junto à pele cheirosa,<br />e o meu olhar curioso<br />não cansa de procurar<br />o teu, alinhado e mimoso.<br />A tua pureza é doce,<br />e eu queria senti-la<br />por onde quer que fosse.<br />E teria em minha mochila,<br />a todo tempo possível,<br />a tua inocência pupila.<br />Mas tua pureza foge<br />do que te faria mal;<br />há sempre um caçador vil<br />procurando, esperto,<br />chegar cada vez mais perto<br />de teu corpo juvenil.<br />Porém, meu deleite servil<br />não implica interesse carnal,<br />meu lugar é aqui no chão,<br />o teu é o céu de anil.<br />Só queria o par de teus olhos,<br />os teus cabelos tão leves,<br />teus lábios tão sorridentes,<br />tua companhia tão breve.<br />Virtudes que em suas unidades<br />me valem por mais de mil.Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-61274980272222663612011-05-14T07:14:00.001-07:002011-05-14T07:17:46.621-07:00As perguntas travestidas<span style="font-style: italic; color: rgb(204, 204, 204);">Parte I</span><br /><div style="color: rgb(204, 204, 204); text-align: left;"><br />De que me serve dinheiro,<br />esse recurso grosseiro,<br />que mais me tira que dá?<br /><br />Por que sofrer dessa amarra,<br />nem posso tocar minha guitarra,<br />as coisas que gosto, não dá?<br /><br />Para que me serve o lamento,<br />se ele não me oferece o tempo<br />que eu queria ter pra mim?<br /><br />Qual era mesmo o momento<br />que eu pensava que depois dele<br />já me contentaria com o fim?<br /><br />Para que me serve o lamento,<br />qual era mesmo o momento?<br /><br /></div><div style="text-align: left; color: rgb(204, 204, 204);"><br /><br /></div><div style="color: rgb(204, 204, 204); text-align: left;"><span style="font-style: italic;">Parte II</span><br /></div><div style="color: rgb(204, 204, 204); text-align: left;"><br />Na marginal esburacada da avenida solitária da minha mente,<br />eu vejo me acompanharem aqueles velhos conflitos adolescentes.<br />Eu sinto a tensão, o medo, sou acometido pela dúvida,<br /> pela fraqueza,<br />fico tímido, distante, parece que a única coisa que penso<br /> é em dor e tristeza.<br />Sou questionado repetidamente a respeito do meu humor<br /> com muitos porquês,<br />mas pra esse tipo de problema não há resposta, só entende<br /> quem o antevê.<br />É como se sempre esperassem uma resposta curta, certa e pronta,<br />porém quase sempre a minha explicação os desaponta,<br />e eu fico parecendo bancar o incompreendido, o mal amado,<br />sobrevivendo a uma distância tal que menos alivia do que amedronta.<br />É só que não é fácil mesmo entender.<br /><br /></div><div style="text-align: left; color: rgb(204, 204, 204);"><br /><br /></div><div style="color: rgb(204, 204, 204); text-align: left;"><span style="font-style: italic;">Parte III</span><br /></div><div style="text-align: left; color: rgb(204, 204, 204);"><span style="color: rgb(204, 204, 204);"><br />E agora, neste poema,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">o que colocar no fim?</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Palavras confusas,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">para fazer alguém rir?</span><br /></div><span style="color: rgb(204, 204, 204);">Confusas, sem dúvida, estas serão,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">a ponto, talvez, de manter o padrão,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">e em meio a tantos, travesti-los de versos,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">mas assim não podem transparecer,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">pois os versos são reveladores,</span><br /><span style="color: rgb(204, 204, 204);">e aqui eu não revelaria o meu ser.</span>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-20195523749159096582011-02-27T00:08:00.000-08:002011-02-27T00:41:57.414-08:00A paz que me enganaJá vislumbrei a paz diversas vezes,<br />já arrumei a mala e parti por meses<br />com sentido fixo, em sua direção.<br /><br />Perdi o prumo e o passo, perdi-me todo.<br />A paz que vi não era mais que engodo<br />que só fez destruir meu coração.<br /><br />Reencontrei a tal paz tempos depois<br />e um novo dilema sobre mim se pôs:<br />se valia a pena tentar segui-la novamente.<br /><br />Mas só uma coisa agora me vinha à mente:<br />eu não queria me ver de novo enganado.<br />Nessa vida, já não preciso de outro fardo.<br /><br />Então o tempo passou e veja o que ocorre...<br />Certas coisas parecem que nunca morre,<br />como essa insistência da paz em me flertar.<br /><br />Agora penso no que vale a pena, no preço da paz,<br />penso no que preciso fazer pela virtude que ela traz,<br />mas mais uma vez ela parece me enganar.<br /><br />Então eu me retiro, prefiro ficar aqui distante,<br />prefiro tentar fugir desse conflito delirante,<br />e pretendo anunciar minha completa indiferença.<br /><br />Porém ela persiste e nunca pára, pois não pensa,<br />a mim caberá resistir à sua recompensa,<br />e eliminar o seu poder embriagante.Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-27544707708802537892010-10-08T21:34:00.000-07:002010-10-09T05:02:31.398-07:00Versos otimistas como não sei fazer<div style="text-align: right;"><span style="font-style: italic;font-size:85%;" >Para Maria Eduarda</span><br /></div>Hei, eu a chamei,<br />você me viu,<br />eu lhe mostrei, você abriu,<br />dei um livro e um abraço,<br />"A Conquista do Espaço".<br />Mas não me satisfaço:<br />Faço-lhe mapas e traços,<br />corto papéis em pedaços,<br />brincamos e imaginamos<br />e nesses descompassos<br />nós nos entrosamos.<br />Lembro como se fosse agora,<br />quando, onde você ainda mora,<br />brincávamos até cansar,<br />e íamos até o mar<br />contar, na praia, histórias<br />criando ritos e glórias<br />nas margens do oceano<br />que era nosso cotidiano.<br />A praia ficou para trás,<br />pois já não a levo mais;<br />fico na tola esperança<br />de que essa vaga lembrança<br />supra a minha vontade<br />de ir matar a saudade<br />de visitá-la e de levá-la<br />sem quaisquer troços ou malas<br />praqueles longos passeios.<br />Mas é que agora, creio,<br />não posso mais fazer nada,<br />por você, minha afilhada;<br />porque estamos tão distantes,<br />diferente de como era antes,<br />que já não posso acolhê-la,<br />espero apenas poder vê-la<br />porque às vezes a tristeza<br />nos deixa sem qualquer defesa.<br />Mas não estou triste, prometo,<br />tenho em você um amuleto<br />que recheia minha memória,<br />que dá sentido à minha história,<br />que melhora um pouco tudo isso<br />é uma espécie de compromisso.<br />E desde quando eu nasci,<br />só agora de fato entendi<br />que em tudo reside uma lógica;<br />eu tenho enfim sobrevivido<br />tenho buscado algum sentido<br />que ainda não encontrei,<br />mas ainda assim eu sei<br />o que você sequer imagina:<br />mesmo que haja um caminho certo<br />essa busca nunca termina.Unknownnoreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-16404479323233936152010-10-01T16:53:00.000-07:002010-10-01T17:29:32.284-07:00Para a margem oposta do rioNa margem oposta do rio<br />não há sonhos ou esperanças,<br />não há bichos e nem crianças;<br />naquele lugar toda quimera<br />são mostras de que coisas boas<br />não satisfaziam pois não existiam<br />senão noutro tempo, noutra era.<br /><br /><br />Na margem oposta do rio<br />não vemos garotas, não temos desejos,<br />não temos abraços, não temos beijos;<br />temos o bocejo que marca o cansaço<br />de quem, numa simplória expectativa<br />imprime ali o seu derradeiro passo,<br />a sua última e fracassada tentativa.<br /><br /><br />Porque a margem oposta do rio,<br />para quem observa do lado de cá,<br />oferece loas de primaveras e luzes,<br />mas esconde a negritude e as cruzes<br />que nos apresentam a sua outra face<br />deixando-nos num verdadeiro impasse<br />(é por isso que não há mais ninguém lá).<br /><br /><br />Na margem oposta do rio, disseram poetas<br />as estátuas esculpidas substituíram os atletas,<br />a paisagem verdejante, com vida e com cor<br />se transformou numa natureza morta pela dor.<br />E é por amor à dor e ao sofrimento de agora<br />que é pra lá que vou quando daqui for-me embora.<br /><br /><br />.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-88541406185160018902010-04-02T16:55:00.000-07:002018-12-25T16:56:17.285-08:00Abaixando o volumeHoje, eu estava escutando rádio<br />em volume alto,<br />e, nessas condições,<br />para passar bem o tempo<br />ative-me à análise;<br />primeiro do discurso<br />do locutor da FM,<br />a repetir inveteradamente as mesmas coisas:<br />as mesmas informações,<br />as mesmas promoções,<br />os mesmos elogios<br />para músicas diferentes,<br />do Parangolé com seu Rebolation<br />aos Dois Rios do Skank.<br />A única coisa que mudou<br />nos 40 minutos em que ouvi a tal rádio<br />foi a hora,<br />nada mais.<br /><br />Minha segunda análise<br />foi à própria natureza do trabalho<br />daqueles - pobres - locutores<br />fechados em recintos assépticos,<br />estúdios maçantes, sem-graça,<br />e no entanto sendo obrigados a se manifestarem<br />como se estivessem numa autêntica<br />balada,<br />talvez numa praia,<br />enfim, qualquer lugar<br />cheio de pessoas bonitas<br />e de música percussiva,<br />e de sol e de alegria<br />ao redor.<br /><br />Isso me fez mal.<br />Não gosto de FM. Porém,<br />escutava muito no passado.<br /><br />Lembro-me<br />daquele programa<br />que trazia momentos de reflexão<br />acompanhados de traduções<br />de músicas escritas em inglês.<br />As letras diziam o mesmo<br />que as das canções brasileiras<br />(às vezes eram bem incoerentes),<br />mas nós sempre achávamos aquilo<br />o suprassumo<br />da composição.<br /><br />Recordo-me de outro programa,<br />em que o radialista<br />narrava<br />histórias de desgraças humanas<br />escritas por ouvintes fracassados<br />para outros ouvintes fracassados,<br />ao som de um triste dedilhado.<br />Nunca me senti tão completo<br />enquanto ouvia rádio<br />como nessas<br />horas.<br /><br />E, para finalizar,<br />rememoro também um outro programa<br />que passava nas madrugadas<br />e eu escutava diariamente,<br />sentado na poltrona da sala,<br />desta vez com o volume<br />bem baixo.<br />Eram madrugadas<br />em que eu - adolescente de autoestima<br />destroçada por esses bobos tropeços amorosos,<br />cuja amplitude nossa mente imatura<br />não consegue medir - me deleitava,<br />aos sons melancólicos.<br />Às vezes (muitas vezes),<br />eu ligava e pedia uma canção sem-graça<br />e na hora em que o apresentador<br />de voz grave e garbosa<br />perguntava-me para quem eu oferecia,<br />eu dizia, sem titubear:<br />para Kelly, no bairro de Capim Macio,<br />ou poderia dizer<br />para Cristina, no bairro de Lagoa Nova,<br />ou talvez<br />Para Alice, Sabrina, Camila,<br />"com muito amor",<br />todas em lugares dispersos pela cidade.<br />O locutor apenas não sabia<br />- ou talvez soubesse pela experiência -<br />que nenhuma dessas garotas existia,<br />senão na minha cabeça.<br />Elas, em suas existências<br />presas à minha imaginação,<br />eram como o próprio programa que eu ouvia:<br />apenas o escape<br />para um adolescente meio reservado<br />e com algumas tolas ilusões amorosas.<br />Tão desesperançoso era<br />esse adolescente, no entanto,<br />que todas as vezes em que ligava<br />em todos os dias<br />era sempre<br />para pedir a mesma música ruim<br />que se chamava:<br />A Vida Não Presta.<br />
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-25855103319893475642009-06-27T16:56:00.000-07:002018-12-25T16:57:31.059-08:00<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Eu nunca consegui<br />escrever<br />nos meus melhores momentos.<br />Como quando estava alegre,<br />ou quando me pediam.<br />Escrever, para mim,<br />e, acho, para os que realmente gostam<br />– e precisam –<br />disso,<br />é uma forma de jogar fora<br />os males, a urucubaca,<br />ou seja lá como gostem de chamar<br />seus azares.</div>
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Só escrevo quando estou com raiva,<br />ou triste, ou entediado,<br />embora neste último caso<br />seja muito raro,<br />vez que nunca sinto tédio.<br />O tédio é uma declaração de cansaço<br />de si mesmo.<br />E eu não gosto tanto assim de mim,<br />mas não trocaria a minha companhia<br />pela de qualquer um.<br />De maneira que me sobram<br />dois momentos<br />para escrever:<br />o da raiva e o da tristeza.</div>
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Entretanto,<br />não adianta pensar que escrevo<br />só quando estou triste.<br />Porque a tristeza é uma condição<br />inerente<br />à minha personalidade<br />(Personalidade? Eu tenho isso?<br />Alguém tem?).<br />Se eu fosse escrever somente estando triste,<br />eu escreveria todo dia,<br />toda hora,<br />a cada instante,<br />na cama, no ônibus,<br />na faculdade, na fila do banco,<br />na praia, à noite,<br />até mesmo na privada<br />como o sujo Enderby.<br />Mas confesso<br />que isto<br />não seria nada mau.</div>
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Mas eu escrevo com mais frequência, sim,<br />quando estou com raiva.<br />Escrevo quando triste, também<br />mas, principalmente, quando<br />estou com raiva.<br />Escrevo para me livrar dos fantasmas<br />vivos e mortos<br />que vivem a me incomodar.</div>
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Portanto,<br />Não procure humor no que escrevo,<br />porque não sou bem-humorado.<br />Não procure conselhos<br />nas minhas letras,<br />porque nelas estão<br />minha declaração de ódio<br />para com este mundo<br />e tudo o que lhe pertence<br />e lhe quer pertencer.<br />E em relação a tudo isso,<br />não existe nada<br />mais vazio de sentido.</div>
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Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-1146629685670306382007-10-10T21:10:00.000-07:002011-11-26T10:43:07.397-08:00As Artes e VocêNão sou crítico da arte<br />sou apreciador<br />Nas sete artes<br />não há o que se descarte<br />e não há consolador<br /><br />Em tuas partes<br />só faço<br />admirar-te<br />És minha arte<br />E teu abraço, que não sinto<br />é meu baluarte<br />(e não minto)<br /><br />És o que vejo<br />o que leio<br />és até a pintura<br />num azulejo<br />És a pequena escultura<br />no jardim<br />És aquele livro<br />que me disse<br />"este foi feito pra mim"<br />És o filme<br />que entrete<br />e até minha prosa<br />é uma mostra de como<br />meu amor por ti<br />se derrete<br /><br />E no palco<br />és a estrela<br />da peça em cena<br />E quando começa<br />até dá pra notar<br />na primeira fila<br />eu, somente a te fitar.<br />Ao passar das cenas<br />vou te vendo distante<br />quase agonizante<br />por não poder te tocar<br />(que pena...)<br /><br />Amor surreal<br />algo pós-moderno<br />texto conceitual<br />a arte no teu jeito terno<br /><br />Na arte nada é certo<br />o que vale<br />é ter nosso sonho por perto<br />Não sou artista<br />mas em algo somos iguais<br />(vivemos nas nuvens)<br />somos sonhadores habituais<br /><br />E poucos homens<br />revelam-se dessa forma:<br />eu viveria<br />sobre uma plataforma<br />só a te ver dançar<br />e descreveria<br />cada passo teu<br />numa bela caligrafia<br />E no teu olhar<br />eu pensaria:<br />"agora sou eu"<br /><br />E a noite toda<br />contigo dançaria<br />até surgirem no horizonte<br />as luzes do dia<br />Mas sonhando<br />que a nossa dança<br />nunca terminaria.Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-1168785309176782212007-01-14T06:33:00.000-08:002007-01-14T06:35:09.190-08:00O que não sintoFaz tempo que não faço poesias<br />faz tempo que não escrevo nada<br />A expressão literária de minha cortesia<br />parece distante de mim mesmo<br />parece uma parte de mim a esmo<br />parece uma habilidade envenenada<br /><br />De verdade, não sou um poeta<br />sou apenas das letras um atleta<br />despretensioso e devoluto<br />mas fantasioso e resoluto<br />Escrevo pra matar as horas, matar o dia<br />pela demora, a quem namoro ou quem pedia<br /><br />Mas agora não há mais nada disso<br />não sinto as horas passarem<br />não me sinto mais submisso<br />não sinto a vontade de pôr coisas num papel<br />nem a necessidade d'outrora de desenhar meu céu<br /><br />Porém, não adianta me ressentir assim<br />somente esperar pra quando estiver afim<br />Ao menos agora sei que pra escrever não adianta mentir<br />que só podemos escrever de fato<br />aquilo que podemos sentirUnknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-1159532212640161172006-09-29T05:12:00.000-07:002006-09-29T05:16:52.653-07:00Elegia Sobre o SorrisoSorriso galante, nervoso, maroto.<br />Sorriso amarelo, tão ou mais escroto.<br />Diz-se comumente<br />que se deve sorrir sempre<br />pra alegrar o ambiente em demasia.<br />Mas também não compreendo<br />a razão de se disseminar tanta alegria.<br />E os outros notáveis sentimentos que tomamos?<br />Serão apenas descartáveis alentos dos humanos?<br /><br />Não trago conclusões algumas sobre isso,<br />mas penso que sorrir é só mais um ato submisso.<br />Não sei a quê, nem sei a quem –<br />isso é o que menos importa, porém.<br /><br />... e não tenho pressa pra tentar descobrir,<br />mas saio dessa e um dia<br />– quando descer pelo ralo a minha hipocrisia –<br />deixo definitivamente de sorrir.Unknownnoreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-1154602987139326022006-08-03T04:01:00.000-07:002006-08-03T04:03:07.150-07:00Elegia do Déspota VenturoA tudo, a todos<br />de luto aos lodos<br />e mudo, nos modos<br />difundo e me fodo<br /><br />alugo, alopro<br />num urro, manobro<br />soluço salobro<br />degusto ou me afogo?<br /><br />? Fujo ou discordo?<br />? Derrubo, englobo?<br />Denodo e o uso<br /><br />como lobo, e<br />como urso.Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-13521756.post-1148773404655552752006-05-27T16:41:00.000-07:002006-05-27T16:51:35.010-07:00A Última PoesiaDa mesma forma, era sempre assim<br />que as coisas aconteciam<br />e ainda acontecem pra mim<br />Não importa o que concilio<br />ao som de um bandolim<br />ouço e brado mais este falario<br /><br />Lanando e imaginando o que era<br />te escrevo pensando no que me dera<br />ter autoridade pra poder falar de ti<br />seja lá o que for, em outro lugar ou aqui<br />e isso não é um começo, nem muito menos um fim<br />mas acho que só conseguiria, hoje, escrever sobre mim<br /><br />Contando das coisas que eu sonhava<br />queria, almejava, pelas quais até morreria<br />mas que apenas me iludiam<br />Hoje sei que 'mais que demais' imaginava<br />e quando eu pensava que riria<br />o mundo então por minha causa chorava<br /><br />Pena minha era tentar entender<br />choviam em minha cabeça mil idéias<br />pululantes como dezenas de flores ninféias<br />mas que nenhuma luz ajudavam a iluminar<br />a compreensão de que quando eu lacrimava<br />é que as outras pessoas começariam a se engraçar<br /><br />Triste início, falho entendimento<br />meu coração, recalcado ao ardimento<br />na minha frente, nada havia<br />e não adiantava correr<br />Se enquanto eu vivia<br />só via o mundo morrer<br /><br />Dureza é a constatação em ver<br />o quanto duro é lutar pelo poder<br />poder pelo poder, poder de poder ter<br />e não poder ser, e constatar<br />que apenas ao me fazer morrer<br />é que o mundo pode, então,<br />começar a viver<br /><br />Assim o foi em todos os momentos<br />assim fui colecionando mil alentos<br />desamores e ardores, uns e outros vencedores<br />e numa rara possibilidade de chegar a um tento<br />observar que o amor envolve coisas mais complexas<br />traz mil sentimentos e desconfianças anexas<br /><br />E expressa nestas palavras tristes que te versava<br />está consolidada a minha última elegia<br />e eu, enquanto mil amores te expressava<br />você intensamente de mim fugiaUnknownnoreply@blogger.com3