Saturday, May 27, 2006

A Última Poesia

Da mesma forma, era sempre assim
que as coisas aconteciam
e ainda acontecem pra mim
Não importa o que concilio
ao som de um bandolim
ouço e brado mais este falario

Lanando e imaginando o que era
te escrevo pensando no que me dera
ter autoridade pra poder falar de ti
seja lá o que for, em outro lugar ou aqui
e isso não é um começo, nem muito menos um fim
mas acho que só conseguiria, hoje, escrever sobre mim

Contando das coisas que eu sonhava
queria, almejava, pelas quais até morreria
mas que apenas me iludiam
Hoje sei que 'mais que demais' imaginava
e quando eu pensava que riria
o mundo então por minha causa chorava

Pena minha era tentar entender
choviam em minha cabeça mil idéias
pululantes como dezenas de flores ninféias
mas que nenhuma luz ajudavam a iluminar
a compreensão de que quando eu lacrimava
é que as outras pessoas começariam a se engraçar

Triste início, falho entendimento
meu coração, recalcado ao ardimento
na minha frente, nada havia
e não adiantava correr
Se enquanto eu vivia
só via o mundo morrer

Dureza é a constatação em ver
o quanto duro é lutar pelo poder
poder pelo poder, poder de poder ter
e não poder ser, e constatar
que apenas ao me fazer morrer
é que o mundo pode, então,
começar a viver

Assim o foi em todos os momentos
assim fui colecionando mil alentos
desamores e ardores, uns e outros vencedores
e numa rara possibilidade de chegar a um tento
observar que o amor envolve coisas mais complexas
traz mil sentimentos e desconfianças anexas

E expressa nestas palavras tristes que te versava
está consolidada a minha última elegia
e eu, enquanto mil amores te expressava
você intensamente de mim fugia